quinta-feira, 20 de abril de 2017

O BRASIL SE MOBILIZA CONTRA ESSE JOGO VIRAL CHAMADO (BALEIA AZUL)

Jogos com apelos de riscos letais tĂȘm virado moda entre os adolescentes. Um exemplo Ă© o jogo da asfixia, que gerou vĂ­timas no Brasil. Outro Ă© o “desafio do sal e gelo”, no qual, para serem aceitos no grupo, os adolescentes devem queimar a pele e compartilhar as imagens nas redes sociais. Embora exista hĂĄ anos, o desafio voltou com força recentemente. Sem falar no “Jogo da Fada”, que incita crianças o gĂĄs do fogĂŁo de madrugada, enquanto os pais dormem. Tem um assunto que vem preocupando muitos pais nos Ășltimos dias: o “jogo da baleia azul”. Para quem nunca ouviu falar no assunto, trata-se de uma lista de tarefas que as crianças ou adolescentes precisam cumprir e a Ășltima dessas tarefas Ă© o suicĂ­dio. Tem, pelo menos, dois casos de morte sendo investigados no Brasil – um em Mato Grosso e outro em Minas Gerais e quatro tentativas de suicĂ­dio no Rio de Janeiro. O jogo Ă© realizado atravĂ©s das redes sociais e Ă© importante que os pais se informem sobre o assunto para evitar que os filhos sejam levados para este caminho. Os desafios costumam ser macabros e utilizam as fragilidades do jogador: tirar fotos do topo de prĂ©dios, provocar doenças e cortar o prĂłprio corpo sĂŁo algumas delas. Esta Ășltima, uma das mais comuns. Aparentemente o fenĂŽmeno começou na RĂșssia, mas estĂĄ se espalhando – inclusive no Brasil, como sugerem o caso da jovem de 16 anos morta no Mato Grosso e uma investigação policial em andamento na ParaĂ­ba. Na RĂșssia, em 2015, uma jovem de 15 anos se jogou do alto de um edifĂ­cio; dias depois, uma adolescente de 14 anos se atirou na frente de um trem. Depois de investigar a causa destes e outros suicĂ­dios cometidos por jovens, a polĂ­cia ligou os fatos a um grupo que participava de um desafio com 50 missĂ”es, sendo a Ășltima delas acabar com a prĂłpria vida. A preocupação aumentou ano passado, quando fontes diversas chegaram a divulgar, sem confirmação, 130 suicĂ­dios supostamente vinculados a comunidades online identificadas como “grupos da morte”. Tudo na internet se espalha muito rĂĄpido, mesmo as coisas mais inacreditĂĄveis. Neste caso nĂŁo Ă© diferente. O fenĂŽmeno ganhou visibilidade e vem se alastrando pelo mundo. Em alguns paĂ­ses, como Inglaterra, França e RomĂȘnia, as escolas tĂȘm feito alertas Ă s famĂ­lias, depois que adolescentes apareceram com cortes nos braços, queimaduras e outros sinais de mutilação. O Departamento Estadual da Criança e do Adolescente estĂĄ alerta sobre o assunto. A diretora do Deca, Adriana Regina da Costa, explica que o departamento estĂĄ iniciando um trabalho de inteligĂȘncia sobre o tema e tambĂ©m vem trabalhando na prevenção, com palestras e rodas de conversas com pais, professores e as crianças e adolescentes. Na noite desta terça-feira (18), um grupo de especialistas falou sobre o assunto durante o programa EstĂșdio GaĂșcha, da RĂĄdio GaĂșcha, em Porto Alegre/RS. AlĂ©m do jogo, eles falaram sobre a sĂ©rie 13 Reasons Why, que tambĂ©m trata do suicĂ­dio de jovens. A sĂ©rie gira em torno de uma estudante que se matou, deixando uma lista com os 13 motivos que a fizeram chegar a este ponto. O mĂ©dico psiquiatra e coordenador do Centro de Promoção Ă  Vida e Prevenção do SuicĂ­dio do Hospital MĂŁe de Deus, Ricardo Nogueira, trouxe nĂșmeros alarmantes. Segundo ele, Porto Alegre e Curitiba sĂŁo as cidades campeĂŁs de suicĂ­dio entre adolescentes no paĂ­s. No Ășltimo ano, houve aumento de 44% de tentativa de suicĂ­dio por intoxicação medicamentosa. A principal queixa, segundo ele, Ă© a falta de atenção dos pais. Mudanças no comportamento e isolamento precisam ser investigados. A coordenadora da regional GaĂșcha do Centro de Valorização da Vida, Nilsa Maria Madsen, explica que mais de 90% dos atendimentos via internet na instituição sĂŁo de adolescentes e nos Ășltimos anos cresceu substancialmente o nĂșmero de jovens que entram em contato. A queixa geral Ă© que os pais nĂŁo os compreendem. Estabelecer um diĂĄlogo franco com os filhos Ă© o passo mais importante, segundo Nilsa. Ouvir e nĂŁo relativizar o sofrimento sĂŁo fundamentais. As recomendaçÔes para as famĂ­lias sĂŁo: monitorar o uso da internet, frequentar as redes sociais dos filhos, observar comportamentos estranhos e, sobretudo, conversar e conscientizar os adolescentes a respeito das consequĂȘncias de prĂĄticas que nada tĂȘm de brincadeira. Atenção redobrada com os jovens que apresentem tendĂȘncia a depressĂŁo, pois eles costumam ser especialmente atraĂ­dos por jogos como o da Baleia Azul. TambĂ©m as escolas devem colocar o assunto em pauta e incorporar no currĂ­culo, cada vez mais, a educação para a valorização da vida, o respeito pela vida dos outros e o uso consciente das mĂ­dias e tecnologias.

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